Ah! não chores por mim quando eu morrer,
quando o plangente sino magoado
disser ao mundo vil que, fatigado,
com vilíssimos vermes fui viver.
Lendo estas linhas, deves esquecer
a mão saudosa que lhes deu traslado:
que o bem de perdurar num peito amado
em mal se torna quando o faz sofrer.
Não, se vires esta rima dolorida
quando a terra em seus braços me retome,
que finde o teu amor co'a minha vida,
e nem recordes o meu próprio nome!
Pois se o mundo te vê na dor absorto,
inda zomba de mim depois de morto.
(tradução: Luís Cardim)
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