Quando, no outono, ocasos tristes douram
Ruínas que a Esperança veste de heras,
E há fluidos de perdão no olhar das feras,
E as almas só existem no que foram;
E quando os céus, proféticos, agouram
Verdades que ressurgem de quimeras;
Com grinaldas de extintas primaveras
As mãos da Morte a tua fronte enlouram!
E, pálida, sorris, embevecida;
Em teu olhar onde delira o outono
Vejo extinguir-se em luz a minha vida!
Por outros mundos a tua alma voa!
E na saudosa tarde de abandono
Um sorriso de flor nos abençoa.
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