Há um lugar na mesa onde a luz
Abdicou do seu ofício.
Já foi o sol
e do trigo esse lugar -- agora
por mais que escutes, não voltarás
a ouvir a voz de quem,
há muitos anos, era a delicadeza
da terra a falar: «Não sujes
a toalha»; «Não comes a maçã?»
Também já não há quem se debruce
Na janela para sentir
O corpo atravessado pela manhã.
Talvez só um ou outro verso
consiga juntar no seu ritmo
luz, voz, maçã.
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