Soneto dum clown
Talvez cansado já dos teus abraços,
Eu morto busque um dia o céu sem metas,
E ainda vá morar nos planetas,
Eu que tenho vivido entre palhaços.
E que ali deslocando os membros lassos,
Faça com saltos e evoluções secretas,
Que Deus caia, de riso, dos espaços,
Com fortes gargalhadas dos ascetas.
Os Santos olvidando então o rito,
Darão saltos mortais no Infinito,
E eu uma claque arranjarei no Inferno.
Construirei um circo ali no Céu,
E tu virás então morar mais eu
Na água furtada azul do padre Eterno.
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